segunda-feira, 20 de julho de 2009

15 minutos para o intervalo

A partida já segue nos acréscimos do primeiro tempo. O time está prestes a se recolher para os vestiários para o intervalo de jogo. Com quase metade da partida já disputada, alguns dos lances mais complicados já foram driblados com muita habilidade pela equipe.

A cena do viaduto, considerada por muitos dos técnicos de plantão como talvez um dos adversários mais difíceis de serem batidos, por exemplo, proporcionou até agora alguns dos mais belos planos do filme. Combinando movimentos suaves de grua a cerca de 9 metros de altura com as luzes da cidade ao fundo, com equipe e atores expostos ao frio de cerca de 6-7 graus madrugada adentro, com garoa insistente que ia e vinha, com a destemida (e maluquete, rsrs) Lu Dal Ri se equilibrando no parapeito - ora presa por cadeirinha de segurança e cabo, ora livre de qualquer amarra, apenas protegida por uma rede de circo instalada lá em baixo (daquelas para trapezistas em seus momentos de falha - valeu produção por sucumbir aos nossos choramingos e conseguir a rede, rsrs, pois foi fundamental para a cena em todos os aspectos) - com o Tiagão Luz esparramado no asfalto frio e úmido (e às vezes molhado) da pista trancada sentido bairro-centro, com o Eli "brilha brilha estrelinha" alçando vôos arriscados com a grua conduzida pelo preciso Coqueiro, com o Pedrinho e seu joelho ralado fazendo suas infalíveis caras de coitadinho, etc, etc.

Por fim, mesmo com todas essas intempéries, ainda conseguimos terminar 1 hora antes do previsto no primeiro dia de viaduto e 2 horas antes no segundo. Aliás, contrariando a todas as estatísticas acerca dos jogos deste campeonato, os juizes não têm precisado dar muitos acréscimos ao final de cada tempo de jogo. Praticamente todos os dias terminamos antes do horário previsto, mesmo que isto tenha algumas das vezes se refletido em certa pressa que infelizmente se imprimiu em algumas cenas.

Nem comentei ainda por falta de tempo, mas trabalhar com atores-mirins tem sido muito gratificante. É impressionante a quantidade de pequenos talentos com quem pudemos ter contato durante os testes e as filmagens. Essa garotada de 11-13 anos é incrível. Alem de terem um pique invejável, têm uma disposição sensacional para encararem as cenas e são todos uns "figuras", cada um a seu modo - o Andrew já os citou num dos comentários dos posts passados - aliás, o Andrew se revela grande conselheiro nas horas de correria. Nosso casalzinho principal, por exemplo, o Pedrinho Albigo e a Giuly Biancato, deixam todos de queixo caído com sua capacidade de concentração e de não errar. Pro Pedrinho, por exemplo, você explica as marcações da cena, parece que ele nem tá dando bola, mas quando a câmera roda tá lá, tudo certinho. A Giuly, então, pra decorar seus textos é um arraso: lê umas duas vezes e já sai falando os 4-5 diálogos sem erros - uma memória impressionante. A pequena Sarah empresta sua graciosidade do alto dos seus 6 aninhos como filha da Cindy Adulta.

Juliana Biancato, mãezona coruja da pequena Giuly, figura como a pedagoga do colégio de Cindy e Pedrinho. A There, guerreira de sempre, mais uma vez teve que ficar 2 horas imóveis num caixão tomado por quilos e quilos de balas de goma para fazermos o remake do Cristo, um dos nossos curtas-xodós. A cena, abertura do longa, é daquelas situações que envolvem táticas muito sintonizadas entre equipe de direção, fotografia, arte e atriz. Coqueiro na grua, Pirola nos ajustes de luz, Maikon ajudando ambos, Xanxe na luz-câmera-foco, Eli e André Senna dando retaguarda para a fotografia, Guilherme, Juliana e Felipe nos retoques artísticos plano a plano, Diko no som da narração guia, Eu e Adriano nas deixas para a sincronização entre movimento, narração e respiração da There, Bruno e Eugenia com o olhar atento para qualquer deslize - um trabalho milimétrico em todos os aspectos.

Na retaguarda disso tudo, a equipe de produção tem nos dado o suporte para desenvolvermos nosso trabalho: Antônio, Marisa, Diego, Alysson e Andrew trabalham duro na preparação e treinamento do time para que tudo saia como planejado. A comida e as sobremesas têm sido apetitosas, afora os sucos de "amarelo" e de "vermelho", rsrsrs. Nossa "motora" Rafaela tem mantido a pontualidade da chegada das pessoas no set, o grande Evandro tem estado lá com sua camerazinha registrando tudo (até que enfim conseguiu um trabalho mais levezinho, hein?), o Rosano sempre lá com seu olhar que tudo vê tirando as fotos que embelezam ente blog (inclusive fazendo participações especiais na cena, com o pé em quadro, rsrs - tá perdoado garoto, foi só uma vez). Os Fernandos - Fernando e Nick - sob orientação do grande Vadeco - captando sons pra lá, sons pra cá - estamos judiando deles com nossas cenas de ator sem camisa, planos abertos, locações barulhentas, etc. Marcelino, Paulo Vinícius e Andréa transformando os atores na sua barraquinha mágica para brilharem na telona. Nos bastidores disto tudo, Tio Abel e seus assistentes e Marcinho ainda atuam na arte cuidando da execução dos cenários e dos objetos de cena para que tudo esteja pronto e disponível a tempo. Vadeco, Mário Carta e banda (Rodrigo, Gaúcho, Tchê e o próprio Carta) trabalham nas músicas que darão a cara (ou seria a orelha?) do filme. Henrique nos visita para antever os problemas na pós-produção do filme e nos indicar soluções. Maurício mandou ver, na pré-produção, nos storyboards que tanto nos auxiliam na dinâmica do set. Pablito detona no design gráfico para as peças promocionais do filme. Diko nos assistindo e sempre pensando na edição e nos sugerindo planos adicionais para melhorar o filme, rsrs. Bruno também nos assistindo e ditando ritmo ao andamento do set. A importada Eugenia, que de tanto observar já até nos antecipa e lê nossos pensamentos, rsrs. O parceiro Adriano, que comigo divide a oquestração disto tudo, sempre exigente com os detalhes e fiel a seus princípios.

Ufa, quanto gente e quanto trabalho. Tentar citar todos é sempre arriscado, já que provavelmente você sempre esquece alguém, mas sempre vale a tentativa - já vou preparando meus ouvidos pras reclamações dos esquecidos - nos próximos posts eu corrijo estes deslizes. Ah, taí ó, faltou a grande claquetista-ruiva Karina, hehe, sempre a postos querendo aparecer na frente das câmeras pra deixar tudo organizadinho pra edição, rsrs. Ah, e também a Alice Springer e nosso colega Terence Keller, que juntos com o Andrew fizeram até coreografia de enfermeiros-futuristas saídos de um clipe do ABBA, se é que vcs me entendem.

É isto, até agora foram os que entraram em campo para defender o time. Na próxima semana, um novo pelotão de atores sairá do banco de reservas e entrará em campo para se juntar ao time e nos ajudar a levantar a taça.

Beijos e abraços a todos,
ALLON

4 comentários:

  1. Só as fotos já traduziam as auras das gravações. Uma energia contaginte, de adimirar, como uma Grende Arte não poderia deixar de ser. E as palavras do Allon complementam essa leitura, de um engajamento total da galera.
    Eu, apenas expectadora, quero aproveitar aqui para deixar minha admiração!
    A cada dias estou mais e mais na expectativa de ver o Gol a Gol nas telonas e desvendar o desenrolar dos pensamentos e conflitos do Pedro.
    Um excelente trabalho a todos vocês e boas energias!

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  2. Quero assistir um dia de gravação. Prometo ficar quietinho. Posso?
    Abs, boa sorte e sucesso aí!
    Aqui tá frio pra burro!... Brrrr...

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  3. Imagine nas gravações, de madrugada, em pleno viaduto!!!

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  4. Pode ir sim Belato, com certeza. É só avisar quando for pra produção saber. Aproveita e leva o Guilherme e a Daisy tb. Abs, ALLON

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